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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Até onde ainda vamos com o capitalismo?


As transformações sociais na Venezuela, no Brasil, Bolívia, Equador, China e o desmoronamento latente das grandes potências capitalistas demonstram algo além da superficialidade de uma crise esporádica divulgada na mídia: o socialismo é cada vez mais necessário. Em alguns dos países citados acima não há de fato uma política socialista, entretanto as “conquistas” sociais nessas nações são fruto de políticas de origem socialista, como investimento público em áreas de interesse social, criação de empregos públicos sem a necessidade real da iniciativa privada, relativo controle da inflação e do mercado, ampliação dos poderes de empresas estatais e etc.

Entender a realidade além das perspectivas sórdidas da imprensa brasileira e mundial é extremamente necessário para obter a principal ferramenta de transformação da sociedade contemporânea, o conhecimento crítico. Esse conhecimento só pode ser construído com bases firmes de independência jornalística, educação de qualidade no sentido social do termo, conteúdo analisado sobre a perspectiva materialista e aberto ao debate realmente público em todas as suas esferas.

Para entender a necessidade de superação do capitalismo é necessário apenas saber ver no lugar certo. O mundo exige mudanças, e elas tendem a acontecer. As manifestações nos países árabes, principalmente o Egito, demonstram a urgência das transformações exigidas que vai além de uma suposta “democratização”, isto é, a realidade que o povo árabe deseja superar é uma situação de desigualdade e abandono próprio dos países capitalistas apoiados pelo EUA. Esse mesmo patrono do capitalismo mundial (EUA) não tem a menor intenção de mudar a realidade dos países árabes que sofrem pressão popular, pois o capitalismo necessita desse controle tanto social, econômico quanto militar.

Você lembra da invasão ao Iraque ou ao Afeganistão? Os EUA justificaram tais ações militares como sendo o “único” meio possível para levar a “sagrada democracia americana” a esses países que, assim como o Egito, viviam há muitos anos sob a tutela de ditadores. Então o Egito não sofre intervenção por quê? Por que o governo Egípcio defende os interesses americanos junto de Israel no oriente médio, oprimindo povos árabes africanos do norte — o Egito explora o rio Nilo de tal forma que este rio e os afluentes que necessitam dele em outros países como o Sudão e Etiópia estão praticamente desaparecendo ou ficando totalmente intragáveis; já Israel oprime de todas as formas possíveis o povo palestino, tendo poder militar superior a todos os países árabes juntos (talvez exceto o Irã) — propagando assim o “desenvolvimento da região”.

Por isso tudo a luta precisa continuar e tornar-se cada vez mais intensa. Ainda há uma chance, e é você que constrói todas as possibilidades, se omitir é no mínimo desumano e apoiar é totalmente criminoso.


Paulo Vitor N. de Oliveira

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